Mais do que nunca, é fundamental que haja sensibilidade e, principalmente, que se preze por informações relevantes e factuais acerca da Covid-19. É nessa hora que o papel da assessoria de imprensa se torna ainda mais crucial e necessário.
Neste período de crise provocado pela Covid-19, grande parcela do mercado mundial sofreu gravíssimo impacto econômico. Segundo a Bloomberg, estima-se que o novo coronavírus custe US$ 2,7 trilhões à economia global. Dentro do atual cenário, há setores que estão paralisados, enquanto outros receberam aumento significativo na demanda.
De modo geral, é primordial que todos se adaptem o mais rápido possível diante de um cenário extremamente delicado. Mais do que nunca, é fundamental que haja sensibilidade e, principalmente, que se preze por informações relevantes e factuais acerca do assunto. É nessa hora que o papel da assessoria de imprensa se torna ainda mais crucial e necessário.
Setor de mídia tem aumento de tráfego
O setor de mídia, faz parte do grupo que, devido à crise, recebeu um crescimento no tráfego. Especificamente 40% a mais, de acordo o gráfico publicado pela NeilPatel. Emissoras de televisão, por exemplo, alteraram a grande padrão para ampliar a cobertura sobre a Covid-19. Programas de entretenimento, foram substituídos por noticiários locais e nacionais, a fim de contribuir principalmente com acesso à informação à população.
Confira, abaixo, o gráfico da NeilPatel. Além de mídia, setores como finanças, saúde e alimentação também receberam crescimento de tráfego.
Sugestões de pautas
Tal resultado significa diretamente uma aumento expressivo de demanda na rotina de trabalho dos profissionais de imprensa. Como é de conhecimento mútuo, as redações estão cada vez mais enxutas e as demissões continuam a todo vapor. Por isso, o abastecimento com sugestões de pautas por parte dos assessores se torna ainda mais fundamental neste momento de crise.
Afinal, a sociedade está buscando se munir com o máximo de informações sobre os acontecimentos atuais. Atender tamanha demanda não é fácil e, com menos profissionais para contribuir na execução, aumenta o grau de dificuldade e tensão por parte dos jornalistas de redação. Agora, mais do que nunca, sugestões de pautas bem elaboradas devem ser emplacadas na mídia sem muitas alterações.
Por um lado, o jornalista ao receber um release perfeito, otimiza tempo na busca pela informação, pois economizar tempo e aumentar a produtividade é o objetivo atual. Por outro lado, a assessoria de imprensa consegue não apenas emplacar uma pauta do cliente na mídia, mas como também facilitar o trabalho dos colegas do lado oposto do balcão. Assim, ajudam fortemente a disseminar informações primordiais pelos veículos de comunicação.
Como abordar o Covid-19 em releases?
Neste momento, é comum que haja dúvidas sobre como abordar o novo coronavírus em materiais informativos. A preocupação em não cometer nenhum equívoco nas informações, não sendo oportuno com o atual momento, é extremamente válida. Para contribuir, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criou um material informativo com dicas e conselhos extremamente importantes para guiar a cobertura da Covid-19.
Em relação à produção de conteúdo em si, a Abraji registra 5 dicas:
- Reduzir o uso de adjetivos subjetivos nos relatórios; por exemplo: doença “mortal”;
- Use fotos com cuidado para não espalhar a mensagem errada;
- Explicar ações preventivas; isso pode tornar sua matéria menos aterrorizante;
- Lembre-se de que reportagens estatísticas são menos assustadoras do que as anedóticas;
- Evite manchetes “caça-cliques” e seja criativo na apresentação
Fontes
Outro elemento crucial para assessoria de imprensa é facilitar o acesso à fontes — especialistas no assunto — para abordar questões técnicas. Além de ser uma prestação de serviço à sociedade, por levar esclarecimentos e sanar dúvidas, é uma grande oportunidade para emplacar o assessorado na mídia em um momento que a audiência tem aumentado, principalmente com o isolamento social. As pessoas estão mais conectadas e sintonizadas.
Nessa hora, produzir releases com artigos de especialistas é uma forma crucial para munir jornalistas de redação com informações que vão agregar à população. Profissionais ligados à saúde, como infectologistas e psicólogos, são exemplos. Claro, o bom senso deve prevalecer. Não é o momento (e nem deve existir) de ser oportunista e tentar vender pautas sem nenhum tipo de embasamento técnico/científico para aproveitar a ocasião.
Vale ressaltar que assessoria de imprensa é, mais do que nunca, o ponto focal que liga redações jornalísticas aos dados oficiais, por exemplo, do Ministério da Saúde e de outros órgãos oficiais. Os dados são fundamentais para compreender o avanço do vírus, os impactos e as medidas que precisam ser tomadas para combatê-lo.
Pautas sobre saúde devem prevalecer?
Em meio à pandemia, naturalmente sugestões de pautas na área de saúde vão ganhar mais visibilidade e ter um retorno mais rápido na mídia. É a editoria do momento. Porém, há como emplacar pautas relevantes de clientes que pertencem a outros segmentos. Pode-se utilizar a Covid-19 e trabalhar outros enfoques ou situações que ocorrem por consequência do vírus.
Exemplos disso são os especialistas em home office. Com o isolamento social, muitas empresas aderiram ao modelo. Com isso, houve um salto gigantesco em notícias com dicas para trabalhar em casa e manter a produtividade e até ferramentas online que ajudam a realizar reuniões, por exemplo.
O importante é considerar a relevância de tal conteúdo e o interesse público por trás da notícia. Se há dúvidas de como relacionar determinado assunto ao momento de crise, alguns sites podem te ajudar a compreender os tipos de buscas que os usuários têm feito sobre o tema. Com base no interesse, pode surgir insights na hora de construir uma pauta contundente. Exemplos de websites: Answer The Public e KeyWord Tool
Entrevistados
Assim como exprimir a opinião de profissionais da área de saúde em releases, o assessor de imprensa é responsável por auxiliar a participação de médicos e outros especialistas como entrevistados em veículos de comunicação.
Esses exemplos são típicos de programas televisivos. É comum notar um aumento significativo da participação de especialistas quando algum assunto está em alta. Afinal, tais profissionais não aparecem num estúdio de TV aleatoriamente, há todo processo estratégico por por trás — responsável pelas aparições.
Releases sobre outros assuntos
Ao assessorar a imagem de algum cliente que não tenha nenhum tipo de relação com a Covid-19, não pense que é o momento de parar a distribuição de releases. Pelo contrário. As editorias que cobrem saúde, no geral, de fato estão mais concorridas e disputadas. Porém, o restante dos segmentos, inclusive, diminuíram a concorrência, pois, devido à crise, clientes optam por diminuir as divulgações ou até suspendem momentaneamente os trabalhos de relações públicas. O que não deveria ser uma opção no atual cenário.
Por isso, relacionar-se com jornalistas de redação de editorias que não estejam conectadas com saúde pode ser mais acessível no momento. Afinal, com menos sugestões de pautas chegando por e-mail, o contato deve ser mais rápido. Veículos de comunicação que cobrem assuntos segmentados voltados para um nicho específico continuam quase com a mesmo fluxo de publicações. Então, é válido manter a rotina de envios das sugestões de pautas.
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Assessoria de imprensa no mundo digital
Com a necessidade do isolamento social, o mundo corporativo mais do que nunca precisa se adaptar ao digital. Vale registrar que muitos assessores de imprensa estão vivendo na pele a situação enfrentada pelo Brasil e outros países do mundo. Afinal, boa parte está trabalhando de casa, seguindo as ordens indicadas pelas autoridades.
Nesse sentido, o mercado de comunicação corporativa pode se dizer privilegiado. Há tempos que a maior parte das atividades são executadas no online. Isso contribui veementemente para que as ações continuem acontecendo com o fluxo natural, sem causar grandes impactos na operação do trabalho em si.
Cada vez mais digitais, tais empresas estão conectadas com ferramentas e soluções virtuais que fazem com que, mesmo em tempos de pandemia, consiga ajudar a quem está do outro lado do balcão, os jornalistas de redação. Por isso, é fundamental que a produção dos releases e indicação de especialistas continuem ativas para munir os colegas de imprensa.
Visão dos jornalistas de redação sobre os assessores de imprensa
Realizamos uma pesquisa para entender a visão dos jornalistas sobre os assessores. Entre os tópicos abordados no levantamento, há um ponto que se relaciona diretamente com o tema deste conteúdo. Questionados sobre a atuação das assessorias de imprensa em meio à pandemia, a visão dos jornalistas serve para confirmar a importância do assessor para quem atua em redação.
É possível afirmar que, arredondando, 65,8% dos jornalistas que participaram do estudo afirmaram que o trabalho dos assessores de imprensa foi importante e muito importante para atuação deles nas redações neste período de Covid-19. Enquanto outros 27,9% alegaram que não houve nenhuma mudança na relação e apenas 6,3% (arredondando) considerou ruim e muito ruim.
Concluindo…
Neste momento de crise, o papel do assessoria de imprensa se torna ainda mais importante e fundamental. As redações estão cada vez mais enxutas e, agora, com uma demanda extremamente alta. Por isso, o abastecimento por parte das assessorias é primordial para que os colegas de imprensa consigam otimizar tempo e transmitir informações factuais.
Este artigo foi publicado no dia 27 de março de 2020 e vem sendo, desde então, atualizado frequentemente.